Olympikus 50 Anos

Correndo com o Brasil

Corrida é tênis e perna, e alguns goles de café antes, nada muito além disso

Corrida é tênis e perna, e alguns goles de café antes, nada muito além disso

Caio Braz

Caio Braz

Escrevo e crio vídeos contando histórias do Brasil e do mundo

Uma década de corrida entre a simplicidade do tênis e perna e a complexidade de uma comunidade que transforma vidas pelo Brasil.

Comecei a correr por volta de 2016, por influência do meu pai, que à época estava chegando aos 60 anos e começava a cuidar da sua própria longevidade. A perspectiva era simples: criar o hábito de fazer um exercício que coubesse em qualquer lugar da minha rotina, já bastante agitada pelas viagens que envolvem o universo do meu trabalho.

Hoje, quase dez anos depois, me tornei alguém que tem a corrida na veia, e vi o crescimento exponencial desse mercado. São muitíssimos corredores, provas, gadgets, suplementos, acessórios, todo um mercado, uma comunidade, um jeito de fazer, compartilhar – tudo isso também me invade, mas me orgulho de ainda ter uma relação muito simplificada com o esporte.

“Corrida é tênis e perna, e alguns goles de café antes, nada muito além disso.”

Correr é algo muito individual, a gente é atravessado por uma miríade de pensamentos, uma experiência terapêutica – mas também é, cada vez mais, uma experiência coletiva, de viajar com os amigos pra correr, de encontrar pessoas que você nunca viu antes e que, de alguma forma, fazem parte da mesma história que você naquele dia. É o companheiro de prova que puxa o seu ritmo lá no final, o grupo que se reúne para treinar no domingo cedo e não mais se encontrar em um after… novos hábitos pedem novas rotinas.

Nos últimos anos, essa relação ganhou uma nova camada com a parceria com a Olympikus, marca que chegou aos seus 50 anos celebrando 50 corridas em diferentes cantos do Brasil. Estar próximo dessa história é ver de perto como a corrida conecta pessoas, territórios e narrativas, e como marcas brasileiras podem potencializar esse movimento. Estamos, de fato, rodando o Brasil inteiro para mapear o planeta corrida.

Há também o lado menos falado: a corrida como ferramenta de saúde mental. Em um tempo em que o estresse e a ansiedade estão cada vez mais presentes, correr me ensinou a encontrar um espaço de clareza. É uma conversa entre o corpo e a mente que nenhum outro ambiente proporciona. Às vezes, é no meio de um treino que encontro a solução para um problema profissional ou que simplesmente deixo a pressão se diluir com o suor.

Projetos como o Corre TV e o programa "Deus Me Livre Não Ser Corredor Brasileiro" nasceram desse mesmo espírito, que é mostrar a corrida como ela é, com suas histórias, personagens e a energia que move essa comunidade. Já passamos por Foz do Iguaçu, Brasília, Fernando de Noronha, e seguimos desvendando Brasis na nossa caminhada.

Mais do que performance, tempo ou distância, o que me mantém correndo é a combinação de autonomia e comunidade. É saber que posso sair sozinho a qualquer hora, mas também ter um grupo para encontrar na chegada.

Correr é simples, mas o que se constrói a partir disso é inesgotável.